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Entrevista ao eBand

Fragmentos de uma tarde com a banda Cine

Cine no tapete vermelho do Prêmio Multishow
Conseguir horas para entrevistar uma banda jovem, nos primeiros degraus da fama não é tarefa das mais duras. Já ganhar minutos com os queridinhos do momento depende de um empurrão da sorte. Foi assim que começou minha tarde com a Cine para o eBand. (...)

Vocês entendem que atender a imprensa é parte do pacote, né?
DH: Claro. É uma coisa que gera muito retorno. Na maioria, são grandes veículos de lugares que alcançam aquele público que nem sempre a gente consegue atingir pela internet. Então é um investimento.

Geradores automáticos de gritos femininos e bons de público, o quinteto tem desfrutado do plano das celebridades. Entre as delícias do novo patamar, está aparecer na TV e conhecer alguns ídolos que nunca imaginariam. “Mas o mais legal é ver um show cheio. A gente gosta muito de tocar – e show cheio é o melhor reconhecimento”, explica DH.

Sentem falta de algo do anonimato, tipo ir em paz ao shopping?
Dan: Essas coisas a gente continua fazendo. É diferente, mas fazemos.
Dave: Só tem que escolher melhor os horários e os dias!
DH: Eu sinto saudades de algumas coisas, mas não o tempo todo. Por exemplo, descobriram que eu e Dan morávamos no mesmo prédio. Então, já teve dias cansativos que tudo o que eu queria era chegar em casa e descansar. Mas, aí você encontra 50 pessoas na porta e não vai destratar, não vai deixar de atender. Tem banda que deixa, mas a gente não. Sabemos que é graças a essa galera que somos o que somos.
Dan: E tem umas coisas simples, tipo acordar descabelado, de pijama e querer ir à padaria da esquina tomar só um café. Mas você sabe que vai ter gente querendo tirar foto.
DH: Ah, e tem a questão da opinião também. É complicado comentar qualquer coisa à revelia porque as nossas palavras são vistas como um todo. Se eu der uma opinião, ela pode ser entendida como uma extensão do pensamento do Dan, do Bruno, do Pedro. É fácil de virar “o DH do Cine falou tal coisa” e não “o Diego falou tal coisa”. Então, nessas horas, a gente sente falta do anonimato.

Na mesa, vários CDs e DVDs espalhados lembravam que o foco da entrevista era os lançamentos. “Cine – As Cores ao Vivo” terá versão em CD, com extra de “Um Lance, Não um Romance”, faixa gravada em estúdio com a banda Forever The Sickest Kids. Na versão DVD, o show traz de bônus o clipe da mesma canção. “Tinha um diário de bordo que acabou não entrando pela compactação. Mas a gente vai por no Youtube pra galera assistir a 15 minutos de material exclusivo da gente na estrada, em camarim, todas as bobagens”, adianta D.H.

Tanto a premiação do Multishow, como o VMB (da MTV) – que conquistaram em 2009 como revelação – são feitas pelo voto popular. Ou seja, lida com o envolvimento direto do fã, artigo do qual a Cine está bem abastecida. “É evidente que os nossos fãs do Brasil inteiro somados não chegam aos pés de todos os fãs do Skank e do Titãs. Mas essas pessoas geralmente não têm tempo ou paciência de ficar pela internet, não têm mais costume de ajudar ídolos. Diferente dos nossos", diz DH.

Em 2009, teve campanha e promoção, o que não se repetiu neste ano. Portanto, foi amor de fã puro e absoluto...
DH: Ano passado fizemos uma disputa pra obter votos. Mas aí notamos que criou meio que briga entre fãs, um querendo ser melhor que o outro. E a gente não achou legal. Então, optamos por deixar a galera à vontade.

Embora seja um pergunta batida – sim, é uma das mais respondidas – é inevitável, quando se fala em fã, não esmiuçar a relação com a ala feminina das admiradoras.

Todos são solteiros?
Dave: Eu e o Pedro temos namoradas

E os outros solteiros...
Dan: Tamo na faixa!

As fãs podem se animar?
DH e Dan: Podem!

Têm chance?
Bruno: Depende!
Dan: Depende da idade...
Bruno: Depende da idade, da conversa...
DH: Olha, a idade elas, às vezes, enganam bem. Tem umas novinhas que aparentam ser bem mais velhas e já levaram a gente no papo.

Pois é, as meninas podem se alvoroçar, mas com delicadeza. Apesar de extremamente bem-vindas entre os “Cines”, algumas regras de etiquetas valem na hora de ganhar uns pontos a mais. Dave revelou que já teve a bochecha machucada pelo piercing do queixo de uma fã. Bruno já teve boné levado como souvenir. E isso não é legal.

DH: E às vezes tem as mais atiradinhas que querem passar a mão...
Bruno: Tem que tenta enfiar a mão por dentro da calça.
Dave: Pior é que são umas meninas tão novinhas.
Bruno: Eu acredito que elas nem sabem o que tão fazendo.
DH: Sabem sim!
Bruno: As novinhas, novinhas eu acho que não...
DH: Sabem! Eu também achava que não sabiam, mas sabem bem. Eu acho que a TV e a internet estão fazendo essa molecada pirar.

Dos detalhes mais picantes, voltamos à música. Perdi o Dan (que foi responder uma outra entrevista por telefone), mas ganhei o Pedro, que se manifestou em defesa da Björk do outro lado da sala. Longe do rótulo de coloridos – já ultrapassado, afinal estavam todos vestidos com estilo, mas em cores bem menos berrantes –, de detratores do rock ou qualquer outra marca, a Cine é uma miscelânea de referências.

Há divergências musicais?
DH: Divergências musicais que encontram. Todos aqui gostam de todos os estilos. Mas o Dan tem um apreço maior por hip hop gringo e R&B. O Dave é uma mescla de tudo [reza a lenda que até sertanejo]. O Bruno gosta de metal e reggae. Já eu e o Pedro puxamos mais pro eletrônico. O Pedro também gosta de MPB e daquela biscate da Björk.

Pôxa, Pedro, eu também gosto da Björk, viu?!
DH: Um monte de gente gosta, mas eu tenho vontade de matar ela. Tô ficando chateado só de lembrar dela (risos).

O sucesso hoje é muito efêmero, vocês já têm plano B para quando a poeira baixar?
DH: Eu acredito que a gente tem uma boa visão de marketing. A gente sempre arriscou e foi dando certo, como esse negócio do visual seguido da música. Mas, agora a gente tem planos de evoluir no som e performance. Acredito que é o próximo passo.
Dave: E o melhor é que a gente é uma banda que tem o Pedro, que pode ser um DJ, que pode fazer qualquer tipo de som eletrônico. Somos uma banda muito renovável.
DH: Se a gente fosse elaborar um som do futuro para lançar no próximo ano seria uma mistura de Cine, Justin Bieber, Ke$ha e Daft Punk. A gente quer agregar o eletrônico, acredita fielmente que ele é o futuro da música.

O que vocês imaginam estar fazendo daqui a 10 anos?
DH: A gente espera que estejamos juntos ainda, tocando.
Dave: E você? Vai ser jornalista ainda daqui a 10 anos? Tomara que você volte a fazer esta pergunta lá!

Leia a entrevista inteira aqui.

1 comentários:

Anônimo disse...

dan vc é um gato e um fofo

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